Professor da UFOP resgata documentos de uma das mais antigas bandas de Minas Gerais
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Documentos contendo relatos, dados sobre a contratação da banda, nomes de músicos, partituras e até a primeira versão de seu estatuto, datada de 1890, foram entregues por José Benedito Donadon Leal aos membros da Banda Euterpe Cachoeirense na noite de ontem (09/08).
Um professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) conseguiu evitar que grande parte da história da Banda Euterpe Cachoeirense fosse perdida e caísse no esquecimento. José Benedito Donadon Leal se reuniu com músicos na sede da banda, situada em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (MG), na noite dessa terça-feira (09/08), onde entregou três caixas de arquivo contendo documentos raros, a maioria do século 19 e início do século 20. Dentre eles, estão relatos de festividades, dados sobre a contratação da banda, nomes de músicos, partituras e até a primeira versão de seu estatuto, datada de 1890.
Professor Donadon relatou o possível itinerário dos documentos restituídos à Banda Euterpe Cachoeirense, nascida em 1856 e considerada uma das primeiras de Minas. De acordo com ele, na década de 1980 esses documentos foram utilizados por uma pesquisadora chamada Mônica Vitorino, que escreveu um livro sobre a história da banda, publicado pela UFOP. Em 2005, os documentos foram entregues a ele no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), para que servissem como fonte de pesquisa.
“Havia um único pesquisador em história da arte, mas que estava dedicado à organização dos acervos das bandas de Mariana. Interessou-se pelos documentos, mas solicitou que esperasse a conclusão dos trabalhos que desenvolvia. Eu migrei para outro Instituto (ICSA-UFOP) e o historiador José Arnaldo faleceu. Solicitei a guarda da documentação, que agora está sendo devolvida, para que a banda possa ter mais registros de sua história de glória”, explicou.
José Augusto Conceição, também conhecido como Guto, é vice-presidente da banda. Ele que também é historiador, falou da alegria em receber os documentos que já eram considerados perdidos. “Foi uma grata surpresa. Já tínhamos conhecimento deles, mas pensávamos que estavam na casa do antigo presidente da banda, até descobrirmos que não… São documentos muito importantes para a banda e já os dávamos como perdidos”.
Guto destacou também que a recuperação dos documentos é muito importante, não só para a Euterpe, mas para músicos de todo o Brasil. “Alguns dos documentos estão em estado de conservação bem ruins, ainda não sabemos o que vamos fazer com eles, já que fomos pegos de surpresa. A intenção é avaliar tudo e depois entrar em contato com algum especialista”, ponderou.
O trompetista Tiago Viana é nascido e criado em Cachoeira do Campo. Membro da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, ele nunca desatou os laços com a Banda Euterpe Cachoeirense. Foi Tiago quem mediou a entrega dos documentos ao conhecer o professor Donadon durante uma apresentação em Mariana. Por meio do trompetista, José Benedito Donadon Leal conseguiu descobrir a localidade da sede e chegar aos membros da banda.
Tiago enxerga esse resgate como um marco histórico para a Banda Euterpe Cachoeirense. “São documentos originais, de fonte primária, que contam grande parte da história da banda. São documentos que serão muito úteis para contar essa história e, inclusive, servirá para futuras pesquisas. Esses documentos chegam para completar o acervo da banda que já é gigante”.
Waldeci Luciano Ferreira, atual maestro da Banda Euterpe Cachoeirense, também acredita que por meio desses documentos será possível contar a história secular da banda aos mais jovens. “Ainda não tivemos tempo de nos debruçar sobre todos esses documentos, mas, em um primeiro contato com eles, já foram descobertas muitas coisas importantes. Agora, é procurar olhar tudo com muito carinho e cuidado com a intenção de contar essa história para as gerações futuras”.
Questionado sobre o segredo da longevidade da Banda Euterpe Cachoeirense, o maestro respondeu ser o amor. “O que nos fortalece é o amor pela música e pela banda, muitas das vezes, o que nos faz seguir em frente também é o apoio que temos das famílias, da comunidade cachoeirense e, ainda que pouco, do poder municipal, estadual e federal”, conclui.
Outra descoberta
Essa não é a primeira vez que membros da Euterpe Cachoeirense descobrem documentos de grande valor histórico para a banda. Em 2021, ainda cumprindo a quarentena em razão da pandemia do coronavírus, Tiago Viana e Waldeci Luciano Ferreira encontraram uma partitura datada de 1816; curiosamente, 40 anos mais velha do que a banda de música, nascida em 1856. Clique aqui e saiba mais.
Acesse o site da Banda Euterpe Cachoeirense e conheça a sua história. Nas Redes Socias.: @bandaeuterpecachoeirense
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