Cachoeira do Campo – MG.: O Mais Antigo Celeiro Cultural das Bandas de Músicas, conheça a BEC (Banda Euterpe Cachoeirense e a SMUS (Sociedade Musical União Social)!
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Cachoeira do Campo – MG.: Cachoeira do Campo – MG o mais Antigo Celeiro Cultural das Bandas de Músicas, conheça a BEC (Banda Euterpe Cachoeirense e a SMUS (Sociedade Musical União Social)!
“Todo mineiro tem um trem de ferro apitando nas veias, uma montanha brilhando nos olhos e uma banda tocando nos ouvidos.” A frase acima, autoria do jornalista belo-horizontino Jorge Fernando dos Santos, consegue condensar em poucas palavras muito da tradição em Minas Gerais.
Mas como o foco e o interesse dessa matéria é a música, vamos falar de agremiações musicais, ou bandas de música, e das antigas de Minas Gerais e do Brasil. Para deixar de “comer pelas beiradas”, expressão que todo mineiro conhece bem o significado, vamos ser mais diretos e falar das duas mais antigas e importantes agremiações musicais no Distrito Histórico e Cultural de Ouro Preto – MG .
A BEC BANDA EUTERPE CACHOEIRENSE
A Banda Euterpe Cachoeirense (BEC) é uma sociedade civil de Direito Privado, sem nenhuma finalidade econômica, política ou religiosa e tem por objetivo o ensino e divulgação da arte musical. Fundada em 25 de outubro de 1856 pelo capitão Rodrigo José de Figueiredo Murta. Esta banda foi apelidada, ao longo de sua história, de “Banda de Cima” devido à sua sede se situar na parte mais elevada da antiga Cachoeira do Campo.
Atualmente a banda é composta por cerca de 40 músicos, entre músicos fixos e convidados. Alguns destes músicos quais já são profissionais. Tem como uniforme a túnica cinza chumbo, camisa branca, gravata e calça azul-marinho e o tradicional uso do quepe, referência às antigas tropas de exército.
Banda Euterpe Cachoeirense posa para foto. Local desconhecido. 5 de maio de 1943. Regência de Juquinha Murta (ao centro com a criança) e direção de Antônio de Brito (à sua direita). Crédito – Arquivo BEC.
Seu repertório inclui os tradicionais dobrados, valsas, marchas festivas e militares, maxixes, choros, peças clássicas, música popular e internacional. É considerada pela Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais a banda mais antiga deste estado em atividade ininterrupta. Inclusive, nos seus arquivos, possui registradas todas as diretorias desde 1856 até os tempos atuais.
A Banda Euterpe é inscrita no Conselho Nacional de Serviço Social do Ministério da Educação e Cultura (MEC), sob o nº 60.560/64. Na Secretaria do Estado e da Cultura de Minas Gerais, está registrada sob o nº 194. O acervo da banda é riquíssimo, dispõe de variado repertório. Muitas obras merecem cuidados e atenção devido à sua importância histórica.
Banda Euterpe Cachoeirense comemora 166 anos de fundação com Alvorada Festiva em Outubro de 2022!
A Banda Euterpe Cachoeirense (BEC), também conhecida como “Banda de Cima”, completa hoje, 25 de outubro, 166 anos de fundação.
Durante mais de um século, a agremiação musical de Cachoeira do Campo (MG), mantém as suas atividades ininterruptas, sendo considerada a mais antiga de Minas Gerais e uma das mais tradicionais do país. Com motivos de sobra para comemorar, a “Banda de Cima”, como também ficou conhecida ao longo dos anos, realizou no último domingo (23/10), mais uma de suas famosas “Alvoradas Festivas”.
Seguindo a tradição de quase dois séculos, sem seguir muitas regras e preocupados apenas com a celebração e a boa música, os músicos da BEC saíram de sua sede, localizada na rua Sete de Setembro, e passaram pelas principais ruas de Cachoeira do Campo.
A “Banda de Cima” é uma associação sem fins lucrativos. Sendo que seus componentes, amantes da música e da poesia lírica, não recebem qualquer remuneração. Tem por objetivo o ensino e divulgação da arte musical, enchendo de orgulho os moradores de Cachoeira do Campo.
A SMUS Sociedade Musical União Social
Sociedade Musical União Social de Cachoeira do Campo comemora 158 anos de fundação em Setembro de 2022
A Celebração
A Sociedade Musical União Social, de Cachoeira do Campo, completa hoje, 08 de setembro, 158 anos de existência, e convida toda a comunidade a participar da tradicional Alvorada Festiva no dia 11 de setembro (próximo domingo) a partir das 5h, saindo da Sede e terminando com toque no Casarão na Praça Benedito Xavier.
Silvino da Costa Pimenta relata um pouco mais sobre essa rica e tradicional expressão cultural que completa mais de um século e meio de vida no mesmo dia em que se comemora a padroeira Nossa Senhora de Nazaré.
Além de presidente da Sociedade Musical União Social (a Banda de Baixo, como também é conhecida a agremiação), Silvino é o músico mais antigo ainda em atividade no distrito. O ex-integrante da Banda “Os Boys”, do Colégio Dom Bosco que chegou a emocionar os jogadores do Cruzeiro do Sul Esporte Clube ao tocar um trompete não mais usado há bastante tempo nos anos 70, relata:
“Do alto dos meus 59 anos, quatro décadas foram dedicadas à música. É claro, existem músicos mais velhos, mas eu sou o mais antigo, pois nunca abandonei a atividade”.
A paixão pela música é tão grande em Silvino que a formação na área de Metalurgia, Mecânica e Geografia, além de uma pós-graduação em Gestão Ambiental, não impediram que ele conciliasse a carreira com o amor pela “Banda de Baixo”, como também carinhosamente é conhecida a Sociedade Musical União Social.
Por sua dedicação incondicional à banda e pelos vários anos de trabalho, Silvino foi homenageado com uma música que leva seu nome. A canção foi composta pelo Maestro, Capitão Reformado Pedro Simeão Guilherme, que foi maestro por 15 anos da Banda do Palácio.
A Banda de Baixo
Mas afinal, por que a Sociedade Musical União Social que tem sonoridade até no nome também é chamada de Banda de Baixo?
“A Sociedade Musical União Social é conhecida popularmente como “Banda de Baixo”, por possuir sua sede na parte baixa de Cachoeira do Campo. A instituição mantém-se através das gerações com o mesmo espirito de liberdade, preconizado pelos seus fundadores, sob clima de companheirismo na dedicação à Cultura Musical”, explica o músico.
Uma história de disputa
Um coreto, uma pracinha, choros, marchas, valsas e dobrados. Essa combinação está presente em muitas cidades mineiras. Aliás, existe algo mais mineiro do que uma banda de música tocando na pracinha nos arredores da Igreja Matriz? Talvez poucas pessoas conheçam a verdadeira história da Banda de Baixo. O relato de Silvino traz um pouco dessa interessante trajetória.
O professor explica que em 1864, surgiu em Cachoeira do Campo por forças de divergências políticas, dentro de uma banda pré-existente, a Sociedade Musical “União Social”.
“Isto porque, o então regente da banda pré-existente, renunciou ao cargo e, por coincidência, os dois candidatos que se colocaram na disputa, eram adversários políticos, militares dos dois partidos em vigor no segundo império, o Conservador e o Liberal”.
O fundador da banda pré-existente era um dos próceres do partido conservador local, sua influência foi exercida no sentido da escolha do correligionário Francisco Carlos de Assis Ferreira, o “Mestre Chico”.
“Percebida a manobra política, os músicos da ata liberal se rebelaram, desligando-se em seguida da banda pré-existente para fundar a que foi denominada “Sociedade Musical União Social” sob a liderança e regência do mestre preterido, João Gonçalves de Magalhães”.
Responsabilidade Social
Muitos anos se passaram, as rixas e disputas políticas ficaram de lado, mas a Banda de Baixo continuou e segue cumprindo, entre outras, uma importante função, a educação musical.
Ao longo de todos esses anos, sempre ligada à arte, a Sociedade Musical União Social, consolida sua responsabilidade social na preservação e educação artística de muitas gerações.
A Escola de Música ”Randolpho José de Lemos” é destinada a praticar e difundir a arte musical gratuitamente, visando a cultura, o folclore da região, a disciplina, a recreação e a formação do cidadão.
“Sem fins lucrativos, apoio do poder público ou fonte de renda, a banda é mantida por projetos estaduais que raramente acontecem e também pelos “amigos da banda”, destaca Silvino.
Uma preocupação da Sociedade Musical União Social, é a inclusão, a quebra de paradigmas e o andar de braço dado com um mundo que já não é mais o mesmo de 1864.
“Com um efetivo de 40 musicistas, há alguns anos, a banda era constituída exclusivamente de homens. Hoje, meninos e meninas, rapazes e moças integram as fileiras da agremiação musical. O ensino musical e a preparação de novos instrumentistas estão confiados ao Maestro e Capitão Reformado Pedro Simeão Guilherme”.
Com seus uniformes impecáveis, sapatos engraxados, os tradicionais quepes na cabeça, muita música nas veias e no coração os músicos da Sociedade Musical União Social continuam exercendo o seu ofício (que é também paixão pela arte) e se provam essenciais na vida social e na difusão da cultura de Ouro Preto. Que venham mais 158 anos de amor, incentivo e paixão pela arte das musas.
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Informações atualizadas aqui.: E em nossas redes sociais @bandaeuterpecachoeirense e em @somus1864
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Guia Cachoeira do Campo – MG