Matriz de Nossa Senhora da Conceição é reaberta em Congonhas
Abençoada por um céu azul vibrante, a matriz de Nossa Senhora da Conceição reabriu as portas na manhã dessa quinta-feira, 30, após a restauração dos elementos artísticos integrados. A obra, que demonstra fé e devoção dos congonhenses, foi financiada pelo PAC Cidades Históricas, em uma parceria entre o Governo Federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a prefeitura de Congonhas e a Igreja.
A cerimônia contou com a presença da presidente do IPHAN, Kátia Bogéa; do diretor do PAC, Robson de Almeida; da superintendente do IPHAN, Célia Maria Corsino; do chefe de representação regional do Ministério da Cultura de Minas Gerais, Aníbal Henrique; do pároco da Nossa Senhora da Conceição, padre Paulo Barbosa; do reitor da Basílica do Senhor Bom Jesus, cônego Geraldo Francisco Leocádio; do promotor de justiça da Comarca de Congonhas, Dr. Vinicius Alcântara Galvão; do Prefeito Zelinho; da equipe do Governo Municipal, vereadores, outras autoridades. A comunidade também acompanhou, emocionada, a reabertura da igreja.
Padre Paulo presidiu a bênção de reabertura e reforçou a importância da igreja para a comunidade. “A Matriz evoca a espiritualidade. Parece uma senhora de braços abertos, uma mãe que acolhe seus filhos. Uma igreja que completa a representação da Sagrada Família em Congonhas e de onde se originou a Semana Santa, festa tão tradicional em nossa cidade. Preservar a nossa igreja é cuidar da nossa cultura, da nossa fé e devoção. Somos eternos guardiões dessa obra”, completou ao abençoar a pedra fundamental de construção da igreja.
Kátia Bogéa, presidente do IPHAN, se pronunciou agradecendo o apoio de todos os envolvidos na entrega desta obra e ressaltou o pioneirismo e competência de Congonhas na execução dos projetos. “Congonhas teve 10 obras aprovadas pelo PAC Cidades Históricas e é uma referência para outras cidades na eficiência e comprometimento na realização dos projetos e execução dessas obras”, elogiou.
“Este é um momento de júbilo e alegria para todos nós. Esta igreja é muito importante para a nossa cidade e abriga obras de grandes mestres como Aleijadinho e Servas. Recebemos a responsabilidade de sermos parceiros do IPHAN para preservarmos a nossa história e nossa cultura. Esta é uma das nossas prioridades. É uma emoção enorme para mim como prefeito entregar essa obra”, disse o prefeito Zelinho.
Neste sábado, 1° de abril, fiéis e paroquianos já poderão participar de celebrações na igreja.
A matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, Região Pastoral Mariana Oeste, será reaberta após um ano e sete meses de obras de restauração. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1950, a construção do século XVIII recebeu investimentos do governo federal por meio do PAC Cidades Históricas. A inauguração oficial está marcada para quinta-feira,30, às 10h, e as primeiras missas serão celebradas no sábado.
Com obras de Aleijadinho e Manuel Francisco Lisboa, a igreja foi restaurada pela primeira vez desde sua construção. Segundo o pároco, padre Paulo Barbosa, agora é possível ver como a igreja é belíssima e estava toda deteriorada. “Ao visitar o Altar-Mor, fiquei encantado com o azul de Maria e o sacrário. A maior igreja barroca sem coluna do século 18 voltar a ser também a mais bela das que eu conheço. Essa obra tem uma importância religiosa, mas, principalmente, cultural. Em grandes missas, mais de 2.000 pessoas vêm celebrar conosco”, destacou o padre Paulo.
Sérgio Norberto Gonçalves, coordenador do serviço, afirmou que o objetivo foi alcançado. “Conseguimos retomar as características físicas e mecânicas suficientemente para mantê-las íntegras, porque são essenciais para o prolongamento da vida útil destes bens. Removemos grande parte da pintura de alguns elementos artísticos, como o Altar-Mor, onde chegamos à pintura original em maior parte e conseguimos uma leitura muito boa do original e das intervenções”, explicou.
Para padre Paulo, a restauração completa do local só foi possível graças aos esforços de toda população. “Em Congonhas houve um trabalho muito bem feito, primeiro pensando-se na base, para depois recuperar os elementos artísticos, respeitando-se as etapas. Nunca vi um local assim, onde o povo, a Administração Municipal e outras lideranças, o Ministério Público, o Iphan e a Arquidiocese são tão preocupados com igreja. Agora nós, padres, o fiel, o peregrino e o turista cultural precisamos nos conscientizar sobre a necessidade de preservar nosso patrimônio”.
Paranaense, Conceição Severino, exerce atividades na matriz desde 1975, sendo, desde 2000, zeladora e sacristã. Para ela, esta obra representa um grande avanço. “Hoje, quando olho para o Arco do Cruzeiro, fico tão feliz e não vejo a hora de chegar o dia da inauguração para que todos vejam o resultado deste trabalho. A igreja é lugar de acolhida e agora apresenta muito melhores condições para a realização das atividades pastorais. As pessoas já vão chegar com mais vigor e entusiasmo”, finaliza Conceição.
Peças encontradas
No início dos trabalhos foram encontras ferramentas, que segundo indícios, são do artista Francisco Vieira Servas (1720/1811). Sérgio relembra o momento emocionante, quando dois malhos e uma verruma foram encontrados no Arco do Cruzeiro. “Tudo leva a crer que as ferramentas pertenceram ao entalhador português, Francisco Vieira Servas. Esta descoberta tem muito a contribuir até para o estudo da obra de Servas. A Matriz poderá se tornar foco de estudos, dos quais surgirão novas teses”, afirmou
Com informações da Prefeitura de Congonhas
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